Faltam investimento e educação, aponta especialista após enchentes no Estado

Faltam investimento e educação, aponta especialista após enchentes no Estado

Foto Gustavo Mansur Divulgação

Há 50 anos, cheias por falta de conhecimento técnico e ferramentas de monitoramento. Hoje, não parece muito distante desse cenário, que segue com parâmetros ultrapassados. A análise é do especialista em geoprocessamento aplicado em recursos hídricos, Alessandro Miola, docente do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).


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O passo a passo basicamente seria mapear e controlar a ocupação e o uso de locais que preenchem os requisitos do alerta para cheias, e as outras transformações no solo. Incluindo uma série de investimentos, para mitigar os sequenciais fenômenos climáticos. Ele lista: 


  1. Reeducação sobre bacias hidrográficas
  2. Prefeituras devem atualizar a cartografia do município para futuras ações
  3. O monitoramento de áreas com risco de inundações
  4. Santa Maria, por exemplo, deve revisar o Plano Diretor e incluir as áreas rurais e periurbanas
  5. Revisão dos planos a médio e longo prazo
  6. Coleta de dados pluviométricos em cidades menores do Estado para mais precisão
  7. Investimento estrutural e de corpo técnico


Áreas já afetadas

Outro ponto levantado é das bacias hidrográficas que estão próximas ao espaço ocupado. Miola explica que tem pontos suscetíveis aos estragos, logo, toda vez que há altos acumulados de chuva, também há os mesmos problemas, nos mesmos lugares. Inclusive, o crescimento da população nestes pontos também corrobora para um cenário cada vez mais crítico.

 
– As inundações são decorrentes do próprio escoamento da água da chuva ou de uma questão gravitacional. Nas áreas altas, nunca temos esses problemas, mas as mais baixas são muito mais suscetíveis aos processos erosivos (transformação dos solos) – reforça o pesquisador.


Leia mais: 


Indicadores 

O mapa abaixo apresenta as informações cartográficas da área em que houve um deslizamento (marcada em branca e traço azul, ao centro do mapa). Consta o Bairro Itararé em Santa Maria, local em que no dia 1º de maio morreram duas pessoas. O material em modelo 3D foi gerado com dados fornecidos pelo Instituto de Planejamento (Iplan-SM) e por bases cartográficas oficiais, disponibilizadas pelo Exército Brasileiro (BDGEx).  


Nele é possível perceber que, quanto mais avermelhado, maior a declividade e, consequentemente, o risco de deslizamentos. Quanto mais azulado, mais baixo e mais plano, condição que, nas margens dos arroios e rios, torna essas áreas muito susceptíveis às inundações. O pesquisador Miola reforça que áreas atingidas hoje, são, em sua maioria, pontos de risco já conhecidos.

Mapa produzido por Alessandro Miola (UFSM). Foto: Gabriel Haesbaert/Divulgação



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